quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O mês de Janeiro acaba e com ele as iluminações do Natal. É tempo de reiluminar a vida: descontrair, pensar que à chuva nunca se corre porque é preferível chegar molhado do que molhado e cansado.
A maioria dos políticos portugueses são católicos praticantes.
Nunca assinam nada sem terem um terço na mão.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


Haiti: uma lição a tirar

Acabei de ouvir há minutos o jornalista enviado pela TSF e Jornal de Notícias ao Haiti. No noticiário das 14.00h entrou em directo para dar a saber o estado actual da situação naquele país. Depois de abordar o sismo sentido esta manhã deu conta da forma os os haitianos estão a lutar para que tudo volte ao normal. Referiu que isso está a acontecer mais pelo seu próprio querer do que pela a ajuda internacional. Já há supermecados abertos com fruta e frango à venda. E, dizia o jornalista, todos estão a partilhar aquilo que têm. O mesmo jornalista terminou a peça referindo que o povo haitiano está habituado a viver com pouco e é dessa forma que vão sobrevivendo. Foi esta última frase que me fez pensar. Habituados a viver com pouco e agora com menos ainda, mas sem perder o sentido de partilha. Claro que também nos chegam relatos de pilhagens. No meio de um povo é verdade que, como em todo o lado, há gente má. Mas fica o registo para que cada um de nós faça uma séria reflexão sobre o que nos sobra, o que estragamos e , muitas vezes, nem isso partilhamos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

GAROU: um dos meus preferidos da música estrangeira

1º Aniversário do blog

O “COMUNIDADES E EU” foi criado há um ano, criação de tal forma insignificante que, tampouco, fez apagar uma estrela no céu. No entanto, em 192 posts, mais ou menos polémicos, mais ou menos actuais e pertinentes, mais ou menos inspirados, feitos a meias ou por inteiro, entre alegrias e tristezas, fracassos e conquistas, outros contendo simplesmente informações, foi assim que se passou o primeiro ano (concerteza, de muitos!), nestas andanças da blogosfera. É de queixo completamente caído, que olho para estes 28 seguidores…
Fico-me simplesmente pelo Obrigado... sentido, a todos quantos interrompem os seus trabalhos, as suas conversas, perdem o seu (precioso) tempo e visitam o “COMUNIDADES E EU”; a todos quantos dão sugestões quando as ideias teimam em desaparecer, a quantos se dedicam a enaltecer o espaço, a quem tem sempre uma palavra a dizer, a quem vem cá sempre mas nunca dá nenhum sinal de vida. Agradecer também as palavras de carinho e incentivo que foram sendo deixadas ao longo do tempo - ficaram gravadas em pedra. Lanço-vos agora o desafio de continuarem a vir e a enriquecer este espaço com as vossas opiniões. Só assim poderá chegar o segundo ano!
A. O primeiro Congresso sobre o Sacerdócio do século XX, em Portugal, foi realizado em Braga, em 25 de Outubro de 1905. O primeiro do século XXI, sendo de cariz internacional, também foi realizado em Braga, de 12 a 15 de Janeiro de 2010, comemorando 450 anos da fundação do Colégio de S. Paulo, actual edifício do Seminário Conciliar.

B. Os congressistas tiveram uma singular oportunidade de, em conjunto, rezar, cantar, reflectir, dialogar, tomar refeições em comum, conviver, presenciar e participar em manifestações artísticas, mormente de índole musical, poética e teatral.

C. Atentos ao acontecimento do terramoto ocorrido no Haiti, os congressistas manifestaram a sua profunda vizinhança e comunhão com os sobreviventes e imploraram a Deus o repouso eterno para os numerosos falecidos.

D. O número de participantes superou as três centenas de presbíteros, vindo alguns de outras dioceses. Inscreveram-se também umas três dezenas de leigos.

E. A cobertura dos meios de comunicação foi bastante ampla, tendo-se utilizado, com proveito e eficiência, as novas tecnologias de comunicação.

F. O texto de Heb 2,17 foi a fonte de enraizamento bíblico que inspirou a multiplicidade de comunicações e testemunhos:
«Deve em tudo aos seus irmãos ser semelhante, a fim de misericordioso se tornar e fidedigno Sumo Sacerdote nas coisas para com Deus para propiciar os pecados do povo».

Realçamos, pois, as seguintes conclusões:

1. O presbítero dos nossos dias encara as transformações do mundo e seus reflexos na Igreja como soberana oportunidade para se dar conta de que o seu ministério é fundado sacramentalmente: compete-lhe manifestar claramente aos olhos dos outros fiéis que só um é Senhor da Igreja, só um a orienta e apenas um possui nela a Palavra - Jesus Cristo.

2. No ministério eclesial, não se coloca uma autoridade humana no lugar de Cristo, mas é Ele mesmo tornado presente sacramentalmente, um sinal eficaz que para Ele aponta e no qual Ele próprio garante agir.

3. O presbítero encaminha, pela palavra, sacramentos e prática da sua vida, os outros fiéis para a única cabeça da Igreja, para Cristo.

4. Toda a acção eclesial é, no sentido mais vasto, sacramental, isto é, acção representativa. Nela se realiza, se exprime, se corporiza aquilo que o próprio Deus realiza com os humanos. Por isso, só é autêntica quando dá corpo à acção de Cristo, à acção de Deus, e a torna simbolicamente visível.

5. É Deus que age na Igreja. É errado organizarmos as actividades eclesiais em função do êxito, do número. O que realmente conta é a disponibilidade para o envio sacramental, nomeadamente no anúncio da Palavra e, em sinais eficazes, chamar seres humanos para o Povo de Deus e acompanhá-los no caminho do seguimento do Senhor, dando-lhes coragem para o envio no mundo. “Êxito não é nenhum dos nomes de Deus” (Martin Buber).

6. O cerne do ministério presbiteral está em ser indicação sacramental, nos pontos nevrálgicos da vida Igreja, da comunhão entre Deus e o ser humano; e dos homens entre si. Celebrar a comunhão eucarística, sem procurar viver, - pelo menos com o mesmo peso - a comunhão quotidiana, e sem realizar a missão no interior do mundo, é algo perverso.

7. As novas realidades do nosso mundo exigem novas formas de ser presbítero. O ministério eclesial tem que ser colegial. É-se bispo no colégio dos bispos; é-se presbítero no presbitério. Quem possui o ministério da unidade deve agir unido. Mais, deve, quanto possível, viver conjuntamente, como exigia Santo Agostinho aos seus padres.

8. O padre tem de ser um homem de Deus, um mistagogo que conhece o mistério de Deus, o vive em comunhão, o celebra e o comunica com entusiasmo e alegria.

9. Anuncia uma Palavra salvadora, eficaz, de futuro e de esperança. Fá-lo com paixão por Aquele que é a Palavra e comprova a verdade do seu testemunho na compaixão pelos irmãos, verdadeiro caminho de paz e unidade. Segundo o Novo Testamento, Cristo é Sacerdote por assemelhação com os seus irmãos e não por separação.

10. É um sacerdote que incorporou a absoluta necessidade de formação permanente para possuir uma formação superior à média e poder responder com propriedade aos desafios completamente novos dos nossos dias.

11. É um padre que dedica muito tempo à formação dos leigos, não só para que a sua fé seja cada vez mais esclarecida e luminosa, mas para que desempenhem, com verdadeiro espírito missionário, as múltiplas tarefas que lhes são próprias: na família, na sociedade e na Igreja.

12. A unção do Espírito Santo, que a imposição das mãos realiza, é para que, pela acção do presbítero, aquilo que o baptizado já é sacramentalmente, se realize existencialmente, também na promoção dos diversos ministérios – nomeadamente o diaconado permanente – e em estilos de vida comunitária cada vez mais colegiais.

13. Os seminários, numa atitude maternal, devem acolher com benevolência os candidatos e saber exigir, com docilidade e firmeza, uma formação humana, espiritual, pastoral e cultural muito sólida, ancorada ainda no compromisso da formação permanente.

14. As pessoas manifestam, em esmagadora maioria, o desejo de que os sacerdotes tenham grande disponibilidade para ouvir e atender, acompanhar e aconselhar, serem alguém em quem se confia plenamente.


15. Comunicar é serviço; não é protagonismo. Mas exige séria formação. Só assim poderá haver celebrações, sobretudo da eucaristia, que sejam espelho de uma comunidade salva e agradecida. Homilias curtas, incisivas e cobrindo os pontos essenciais.

A hora de mudança e de transformações rápidas na sociedade e na Igreja exige claramente novos modos de organização da vida eclesial e novos estilos diversificados de exercício do ministério presbiteral. Os caminhos a percorrer e as decisões a tomar hão-de ser procurados, em comunidade, na escuta atenta da Palavra que nos salva e do seu rumor nas plurais palavras humanas.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vida: a maior empresa do mundo

Passadas as festas e as férias e com elas alguma (para não dizer total) ausência do blogue cá estou eu para a continuidade. E hoje apetece-me escrever sobre a crise da vida. Num tempo que tanto se fala da crise será que a vida também está em crise? Se ela for entendida como uma empresa, será que está quase na falência? Fiz estas questões a mim e deixo-as, inspirado nestas linhas de Fernando Pessoa:

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um não. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Podem dar-me bofetadas, magoar-me e deixar-me de rastos, gozar-me ou ignorar-me simplesmente. Nem sempre serei forte o suficiente para não me deixar cair até ao fundo do poço, mas uma coisa tenho a certeza: hei-de sempre conseguir voltar ao topo e retribuir de luva branca a bofetada que me deram. Porque sei o valor que tenho e aprendo com os erros. Posso perdoar facilmente quem merece, mas dificilmente deixo que aqueles que não o merecem me deitem abaixo duas vezes. A minha "empresa" não irá novamente á falência tão cedo. Pedras no caminho? Já tenho um castelo quase acabado…