
Hoje fui confrontado por um amigo de Braga (a minha cidade) com um desabafo por causa da doença da mãe, ela que tanto acredita em Deus e levou uma vida inteira a trabalhar na Igreja e agora Deus não quis saber dela.
Perante este desabafo procurei ajudá-lo a perceber que não podemos fazer de Deus o Omnipotente que tem na palma da mão a solução de todas as nossas Impotências! Que há muitos que fazem de Deus o patrono de todos os desvalidos e empequenecidos da história, para sentirem que no fim alguma coisa mudará para melhor com um estalar de dedos do seu “divino poder”.
Não podemos fazer de Deus o dono da saúde e da doença, da vida e da morte, da tragédia e da felicidade. Não podemos colocar tudo nas Suas mãos. Ele faz a parte Dele, mas temos de fazer a nossa. Estou-me a lembrar de uma pequena história que contei há tempos numa homilia: um senhor muito crente admirava um belo jardim. Avista o jardineiro, abeira-se dele e diz-lhe:
- "Lindo jardim, nele está espelhada a grandeza do Deus criador e o trabalho das suas mãos".
A estas palavras o jardineiro observa:
-"havia de ter visto este jardim quando só esta a grandeza de Deus".