segunda-feira, 22 de novembro de 2010

O serviço nas Procissões


Imagem da Procissão Eucarística (Sagrado Lausperene), em Rio Mau- Abril de 2009

Fez este domingo oito dias que celebramos, em duas das minhas comunidades, a Festa do Padroeiro, S. Martinho. Aconteceu tudo da melhor forma, aliás... como de costume. No entanto, não pude deixar de reparar na dificuldade que muitas vezes quem está incumbido de organizar a procissão sente em arranjar gente para levar o pálio ou as lanternas. Vão entregar a opa e as pessoas fogem ou negam.
Antigamente, levar uma bandeira, o pálio ou uma lanterna era uma prestígio. Era um prestígio desfilar ao lado do Senhor Abade. Ainda bem que deixou de ser prestígio…agora é serviço! Descubram as diferenças!!!
A melhor coisa da Internet é que, para evangelizar, não é preciso ir à procura das pessoas… elas acabam por vir ter connosco!
Obrigado pela visita.

A Fé d(n)as escolas

Esta manhã, conversava com uma professora de Religião e Moral que lecciona numa das minhas comunidades. Partilhava a sua revolta, porque na nescola não a deixam fazer caminhada de advento nem colocar caretazes alusivos a este tempo, que começa no próximo domingo. Queria combater aquilo que diz ser um Natal antecipado. A conversa estendeu-se e agora que estou diante do computador apeteceu-me escrever aquilo que penso a propósito deste assunto. Veio-me à memória a dificuldade que outros professores sentem para realizar qualquer actividade com uma vertente religiosa.
O que me parece é que as nossas escolas começam a ter um ambiente pouco de humano e nada de cristão. Em algumas escolas exteriorizar a fé é expressamente proibido… viva a liberdade e laicidade!
O mais hilariante é que nessas mesmas escolas, na época do halloween (as bruxas) estiveram todas enfeitadas! Porque esta festa não é cristã e até se opõem a muitos princípios cristãos… esta sim… pode ser publicitada e vivenciada na escola, dando em alguns casos até direito a folga para actividades extra curriculares…


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Pouco Cristianismo

A chanceler alemã, com enorme coragem, convida a reivindicar "particularmente a nossa tradição judaico-cristã". Assegura que a identidade alemã «significa acreditar na liberdade de religão, não só dentro das nossas fronteiras mas também para os cristãos em todo o mundo».

«Não temos muito islamismo na Alemanhã, mas pouco cristianismo», disse a cancheler Angela Merkel no seu discurso perante União Democrata Cristã (CDU). A frase arrancou um enorme aplauso no auditório, e marcou assim a distância, por um lado, para com aqueles que -como é o caso dos partidos de esquerda- continuam a apostar num «sociedade multicultural» e, por outro, para com aqueles que insistem em travar a entrada de imigrantes muçulmanos com receio de perder a identidade.
Merkel reiterou a sua convicção de que a fórmula multicultural «foi um fracaso», porque dificultou a integração de muitos imigrantes, particularmente os turcos, e pediu à CDU que não tenga medo de abrir o debate nacional «sobre os valores que nos guiam, e em particular sobre a nossa tradição judaico-cristã».

«Temos de fazê-lo com confiança, e seremos capazes de concretizar a coesão na nossa sociedade».
Angela Merkel não aposta em travões ou cuotas para a entrada de imigrantes na Alemanhã, mas pede que «quem vem respeite e reconheça a nossa identidad, ao mesmo tempo que conserva a sua».
A cancheler disse que essa identidade alemã «significa crer na liberdade de religião, não só dentro das nossas fronteiras mas também para os cristãos em todo o mundo», numa velada referencia aos recentes ataques que minoria cristã sofreu em diversos paises muçulmanos.

Realmente a chanceler têm razão:
Pouco cristianismo; quando deixamos que as minorias retirem os crucifixos dos espaços públicos;
Pouco cristianismo; quando não denunciamos as televisões e a imprensa por maltratarem os valores cristãos. Atrever-se-ia com Ala? Força!
Pouco cristianismo; quando chega o Natal e em vez dos simbolos religiosos, colocamos "pai natal";
Pouco cristianismo; quando os cristãos atiram pedras contra a própria Igreja;
Pouco cristianismo; quando deixamos a missa do domingo;
Pouco cristianismo; quando confundimos tolerância com renuncia à nossa identidade cristã;
Realmente é pouco! Mesmo pouco cristianismo!
Padres inquietos


Vida que ensina mais do que as palavras

A dor é muito mais forte do que as palavras ou a própria vontade de querer não sofrer... No Domingo pssado fiquei entorpecido diante de tanta dor escondida debaixo daquele rosto enrugado. Veio ter comigo, no fim da Missa, estava eu mesmo a entrar para o carro: “Sr. Padre, reze por mim que amanhã vou começar a quimioterapia.”
Pessoas há que nos marcam pela sua postura diante da vida ou do medo de a perder... Aquela senhora marca-me pelo seu sorriso, pela sua dor encoberta na vontade de ver mais longe, na esperança que não acaba! Pois é... pessoas há que nos ensinam pela vida mais do que as palavras são capazes de transmitir...

Haja respeito...

Se há coisas que aprendi com o tempo, foi a não deixar-me chatear com o que não merece. E há algumas histórias que se não fossem para chorar, me fariam rir. Quer dizer, ainda fazem...
Acho fabuloso a facilidade com que as pessoas falam umas das outras sem se conhecerem. Fazem juízos de valor e julgam com uma facilidade, mostrando factos tirados daqui e dali, mas sem terem, realmente, estudado o que comentam, e mostrando uma superficialidade nos seus comentários que me assusta. Porque acima da liberdade de expressão, está, para mim, o direito ao respeito e à dignidade.
Sempre fui educado com respeito e fui respeitado em casa. E é esse respeito que devo a toda a gente que me rodeia. Quem não me respeita, merece ainda o meu respeito mas não merece o meu tempo.
Não respeito é insultos gratuitos, nem tenho que conviver com opiniões das quais discordo.
Há acontecimentos rotineiros na vida das pessoas, que parecem sem importância, mas se pararmos e pensarmos neles, contextualizando-os com a nossa vida, podemos extraír deles verdadeiras lições. Quem é que não gosta de estar diante da televisão com o comando na mão? E quando ele falha que fazemos? Batemos com ele. Mas há dias aconteceu-me algo engraçado. O comando não dava e não sabia porquê. Entretanto caiu-me do sofá, bateu com os costados no chão e pensei -"foi de vez!". Mas não. Apanhei as pilhas e a tampa que se tinham espalhado pela sala... montei o dito cujo e... começou a funcionar. Que lição a tirar daqui: quando alguém não está a funcionar bem... é porrada para o lombo. Estou a brincar. Pensei nas quedas que podem ser importantes na nossa vida. Há quedas que podem ser boas... tudo depende não da maneira como caímos, mas da maneira como nos levantamos.
Sim, porque a cair somos todos iguais! A levantarmo-nos é que não.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Sabes de cor...

Sabes de cor os números de telefone de pessoas passadas, esquecidas, mas não sabes o do teu amigo.
Sabes de cor os algarimos do teu VISA mas não sabes os algarismos do preço do brinquedo que te pediram.
Sabes de cor as cores do teu guarda fatos, mas desconheces as cores da bandeira do teu país natal.
Sabes tudo demasiado de cor e sabes pouco pelo sentimento forte que faz pulsar o coração.

Sabes de cor o anúncio repetido na rádio, mas não sabes a música favorita de quem te ama.
Sabes de cor o primeiro poema do livro do poeta conhecido, mas não leste o poema que escreveram com o teu nome.
Sabes de cor como é a voz do apresentador do noticiário da noite, desconheces o timbre da minha voz neste instante importante para mim.
Sabes tudo demasaido de cor, com pouca presença e carinho nas mãos que enfias nos bolsos.
Sabes de cor a que sabe o toque, desconheces o toque quando o coração vibra de paixão.
Sabes de cor o cheiro a café, não sabes o cheiro a café partilhado numa chávena alta, em pleno inverno, com a chuva na vidraça.
Sabes de cor as flores que se vendem na esquina do lado, mas nunca cheiraste uma.

Sabes tudo demasiado de cor...

Sabes de cor o momento em que vou sentir saudades, o instante em que bebo o leite antes de adormecer, os passos que dou antes de entrar no ginásio, mas ainda não me disseste quando o fazes, e eu não sei de cor.

Saber de cor,
as sombras que teu sol provoca,
as palavras que tua boca não diz,
e desconhecer o quente de um abraço.
Uma alentejana

Pontaria da água da torneira

Hoje já saí de casa com a disposição alterada. Até acordei com bom humor. Mas no fim de tomar o pequeno almoço coloquei a louça na banca e, como de costume, abro a torneira para a deixar ficar em água. Só a quando abri a torneira, a água acertou em cheio na cova da colher e borrifou-me todo. Há dias que começam assim. Ilações que tirei: o dia pode começar bem ou mal. Depende da pontaria da água.

dicas e tricas

Vem uma, e faz queixinhas da outra. Vem a outra e faz queixinhas de outra. Temos de medir todas as palavras, porque senão justificam-se que o padre disse aquilo. Mesmo quando não disse, sujeita-se a que se convençam que disse. Quando não gostam da pessoa A, não se coíbem de inventar que disse ou fez. Derrubam-se uns aos outros com as verdades que sonham. E cruzam dados. E cruzam ses e pois e claros e já desconfiava. Quanto menos têm que fazer, mais têm que imaginar e dizer. Se trabalham numa fábrica e não têm com que ocupar a boca, usam a língua o mais afiado que podem. Se vêm à rua e encontram a vizinha, dão largas à amizade com uns dedos de conversa a apontar para onde calhar. Se passam o tempo no café e não têm dinheiro para mais uma bica ou uma cerveja, têm de arranjar um trago de maldizer para que a garganta não seque. Os cafés são geralmente os antros de maior maldizer. Qualquer pessoa fica sujeita a estas dicas. Porque hoje são uns e amanhã outros. Todos passam pelo crivo das tricas. Mesmo os que têm a língua maior. No final da missa trocam cumprimentos. Parece que a missa cumpriu o seu papel de comunhão. Mas nesse mesmo abraço vai muitas vezes o Se te apanho. Ou então o Já viste aquele ou aquela. E assim vive uma comunidade. Seja paroquial ou não. Quanto mais pequena, mais sujeita fica às dicas e tricas. Em cada semana aparece novo assunto. Assim se alimentam as dicas e tricas. A paróquia, o paroquiano tal e o padre são sempre alvos para as setas afiadas das dicas e tricas. Temos de ser fortes. Digo aos mais atingidos. Temos de pensar em Deus e que a Ele temos de agradar. Temos de ter compaixão pelos que falam. Rezar por eles. Porém, às vezes, até essas palavras têm de ser medidas, porque o padre disse aquilo que eu agora quero dizer.
Um dia Jesus disse que um profeta não era bem-vindo na sua terra, e na ocasião, conta o Evangelho, deixou de fazer muitos dos milagres que queria, porque não era bem interpretado. Às vezes os nossos padres e muitos dos nossos leigos deixam de fazer muita coisa porque não querem alimentar as dicas e tricas de uma paróquia.
Palavras emprestadas por um Padre

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Este blogue é apartidário, mas Patriótico.Não acredito que a solução passe por greves que paralizem a produção nacional, mas acredito que é a união e o peso dessa mesma união que pode contribuir para mudar a nossa consciência daquilo que podemos fazer pelo país e ao mesmo tempo colocar mão firme perante todos, mas absolutamente todos os nossos políticos.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Para te rires



O Santo Padre, na recente carta aos seminaristas, sublinhava que o sacerdote é essencialmente o "homem de Deus". A sua missão "é ser mensageiro de Deus no meio dos homens; quer conduzir a Deus, e assim fazer crescer também a verdadeira comunhão dos homens entre si". Os Seminários são a comunidade dos discípulos de Jesus, alegres e confiantes, capazes de gerar uma renovada comunhão presbiteral ao serviço de todo o Homem.
Ancorados na fé em Cristo, os sacerdotes fazem falta à Igreja e ao mundo. A Igreja é ainda o lugar onde se colocam as grandes questões da nossa existência. É certo que nos encontramos na encruzilhada da história, no meio de propostas de felicidade gratuita, de escolhas de sentido fáceis e de várias incertezas. Mas "nem só de pão vive o homem" (Mt 4,4) dizia Jesus aos seus discípulos. Hoje como nunca faz sentido agarrar a vida sacerdotal se nos movermos pela Palavra, qual Sopro original, que sai da boca de Deus, e nos impele a receber o sacerdócio como dom e como missão. Alicerçados no amor a Cristo e ao Evangelho, os candidatos ao sacerdócio testemunharão com alegria e jovialidade os frutos do encontro diário com Cristo. Aprendizes das ciências humanas e teológicas, movidos pela espiritualidade da encarnação de Cristo na vida dos homens, os seminaristas tornam-se discípulos e seguidores do Mestre, testemunhas dum tempo novo e inédito.
Contudo, isso só será possível graças ao esforço e ajuda de toda a comunidade eclesial. A Semana dos Seminários é o tempo forte para contagiar as comunidades paroquiais para que sejam promotoras de vocações. A Palavra de Deus comunicada e partilhada com alegria gera comunhão, suscita testemunhos, experiências de vida e de fé geradoras de vocações. O nosso amor aos Seminários deverá reflectir-se na oração pessoal e comunitária; na proposta vocacional das famílias, dos catequistas, dos animadores, movimentos e dos párocos; na generosidade fraterna e material aos jovens que se formam nos Seminários.
Se o Seminário é o local onde os discípulos de Jesus crescem em humanidade e espiritualidade, mediante o encontro íntimo com Cristo, isso contagiará outros jovens que queiram discernir a sua vida em comunidade de irmãos na fé. Uma comunhão permanente com Deus que contagiará também a comunhão presbiteral. Se importa repensar a vida em função da comunhão, também se impõe a responsabilidade e o compromisso de toda a pastoral de caminhar em comunhão com o Seminário, com gestos de gratidão e sinais de amor. Somente numa simbiose de esforços, vontades e energias fará sentido olharmos com esperança para as vocações sacerdotais e para a presença da Igreja no mundo contemporâneo.
Seminário, comunidade dos discípulos de Cristo e irmãos no presbitério, é o desafio lançados para a Semana dos Seminários que vamos iniciar. Todos estamos convocados! Que Maria, mãe e discípula de Jesus, nos ajude a abrir os horizontes do nosso Sim de amor a Deus e aos irmãos.