sexta-feira, 31 de julho de 2009

Cheguei de férias dia 18 de Julho, sem gripe. O avião também não caiu. Tenho tido falta de tempo, mas prometo "blogar" brevemente. Fiquem atentos...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Férias...


Pois é, também tenho direito. Vou de férias. Como durante as férias não vou "blogar", isto porque quando vou de férias mudo hábitos, despeço-me por uns dias desejando a todos um bom fim de semana e uma boa semana. Que todos fiquem bem. Vou descansar...

terça-feira, 7 de julho de 2009

A morte... não entendo...

A semana passada fui abalado com a notícia da partida de um jovem da minha idade (34 anos). Não convivia muito com ele, a não ser quando nos encontrava-mos el algum sítio ou nas lides futebolísticas. Foi jogador do clube ao qual presidi durante 4 anos. Não é meu paroquiano, mas se fosse confesso que iria ter dificuldade em partilhar algo, em dizer algo. Estive ontem com um dos seus melhores amigos com quem passou muitas horas nos últimos tempos. Tive dificuldade em dizer algo como certamente muitos também sentiram nesses dias e ainda sentem. Acontece-nos a todos, às vezes ficarmos sem palavras. Sem saber o que dizer. Ficamos como que tolhidos, atados, reféns da nossa fraqueza!
Nesses difíceis momentos também me parece que não são necessárias muitas palavras. Basta a presença! - Estou aqui… A teu lado. Como tu também eu não entendo… contas porém com o meu ombro e as minhas mãos e com a certeza da minha oração! É isto que devemos dizer nessas circunstâncias e são estas as palavras que partilho com quem, neste momento está a viver a dor, a saudade, a revolta...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Coração junto da boca...

Fez esta segunda-feira 8 dias, num encontro de colegas de curso, um deles dizia-me a propósito do meu blogue: "Cuidado com o que dizes no blogue. Podes vir a ter problemas por causa daquilo que escreves". Assimilei este alerta e dei comigo, agora a pensar nesta frase. Isto depois de ter postado o que escrevi anteriormente a propósito do acontecido na última reunião do Clero e após essa reunião. E dou comigo a pensar porque é que não podemos dizer aquilo que sentimos ou pensamos? Será que toda a gente mede até ao limite aquilo que diz, aquilo que faz para que não haja segundas interpretações ou mal entendidos? Parece que precisamos fazer um auto de declarações cada vez que abrimos a boca…
Será que já não há gente genuína que não tenha medo de dizer o que pensa sem esperar banido, isolado, etc?! Será que não temos direito a pensar, de vez em quando, de forma diferente (quiçá errada!) sem que isso nos marque socialmente de forma definitiva? Haverá alguma lei que proíba termos o coração junto da boca?

É impressionante

Na última reunião do Clero de Vila Verde fiquei chateado. Tudo começou quando fui confrontado por um colega mais velho pelo facto de dar a comunhão a uma mulher que não está casada pela Igreja. O espanto foi grande por constatar que sabem mais os Párocos das outras Comunidades da vida dos meus paroquianos do que eu. Sim. Porque para mim foi novidade. Não sabia se era ou não casada pela Igreja. Tinha mais que fazer se tivesse de ir a todos os assentos de quem dou a comunhão para confirmar se estão casados pela Igreja. Vejo ali apenas uma família que vive com dignidade, com duas filhas, uma delas já casada e pela Igreja, e, no caso da senhora, sempre trabalhou na Paróquia e, inclusivé, é coordenadora da Catequese.
Discutimos, mas confesso que não valeu a pena. A Igreja não muda, porque nós não a queremos mudar. Quem somos nós para julgar os outros? Será que não damos a comunhão a gente casada que comunga com menos dignidade? Pedirem-me para dizer a uma pessoa que trabalha na Paróquia, que leva uma vida digna, de quem toda a gente é amiga, para lhe dizer: "tem de deixar de ser catequista e de comungar!" Nunca, mas nunca na minha vida faria ou farei tal coisa.
Qual não foi o meu espanto quando, passados dias, recebi uma carta de um (colega?) padre da zona da Ribeira do Neiva a dizer-me que como comigo vale tudo não passaria mais nenhum atestado de idoneidade (documento a autorizar que alguém se ja padrinho) para as minhas Paróquias. Quero deixar claro, que não podemos confundir o trabalho das pessoas nas Paróquias com a possibilidade de poderem vir a ser padrinhos. Senti-me e sinto-me revoltado. Mas mais revoltado fiquei quando, por curiosidade, fui verificar se a pessoa em causa é ou não casada pela Igreja. Sorri quando vi que é casada... e pela Igreja.
É impressionante. Passamos a vida a julgar-nos uns aos outros! Parece que a nossa existência é para ser vivida na “barra do tribunal” e da constante avaliação de que somos alvos. Habitualmente o tribunal da vida é exigente e ainda mais cego que a justiça dos tribunais judiciais.

Parece impossível, mas foi verdade

Há dias conheci um colega padre, Pároco de 13 Paróquias no concelho de Vimioso. Entre dois dedos de conversa confesso que eu mais parecia um jornalista. A quantidade de perguntas que lhe fiz foi tão grande que grande parte da conversa foram respostas suas à minha curiosidade. É um meio pouco conhecido para mim e as perguntas eram muitas. Tinha curiosidade como se trabalha pastoralmente num meio daqueles. Entre as respostas às minhas perguntas marcou-me um episódio que aconteceu a este colega. Ele é umjovem padre de 30 anos de idade. Ele ainda não era padre… Tinha sido ordenado Diácono havia poucos dias e um amigo padre pediu-lhe que o fosse substituir num funeral pois ele estava ausente da paróquia. Disponibilizou-se e preparou a homilia.
Chegado à Igreja paroquial, diz que entrou timidamente e encontrou apenas duas pessoas no interior da igreja junto dos restos mortais daquela pessoa. Passou por elas e foi para a sacristia paramentar-se.
Quando iniciou a cerimónia, qual não foi o seu espanto que apenas estavam aquelas mesmas duas pessoas.
No final da Missa, veio a saber que aquelas duas pessoas eram da agência funerária e por isso até teve de pegar ao caixão.

No momento em que me contou isto sorrimos os dois e os episódios continuaram. Nem tive tempo para pensar. Chegado às minhas Paróquias dei comigo a pensar muita coisa. Cheguei às 18 horas, porque às 19 horas tinha um funeral em Escariz, S. Mamede. Foi no fim de funeral que pensei neste episódio do funeral. É possível alguém, no dia do seu funeral ter na Missa Exequial o Padre e a Funerária? É. Pergunto-me para onde caminha o homem? Onde está a solidariedade e a oração cristã? Onde vamos parar? VAMOS VER...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Dinheiro = felicidade?

Divulgado a semana passada num estudo, fiquei a saber que 33,6% dos Portugueses vivem com dificuldades para ter o essencial. Este essencial foi conderado a luz, a água, o pão e habitação. A percentagem de 66,3% não tem possibilidades de passar férias no estrangeiro. Até aqui nada de novo. O mesmo estudo revela que 7 em cada 10 portugueses é feliz. O que para mim merece ser destacado é que é revelado que 100% dos suecos tem o essencial e 100% pode gozar férias no estrangeiro. O mais surpreendente é que apenas 3 em cada 10 suecos é feliz.
Face a este números surgem-me dois pensamentos em forma de pergunta:


1. A riqueza é um perigo para a felicidade; o que vive com menos consegue ser mais feliz?


2. Os portugueses contentem-se com pouco; basta uma boa novela e bom futebol?


As resposta fica à vossa consideração. Mas permitam-me que partilhe a experiência vivida esta segunda e terça feira numa aldeia do Concelho de Vimioso (Trás dos Montes). Uma aldeia com pouco mais de 50 casas habitadas por idosos. Reina a tranquilidade e amizade entre todos. Não fecham as potras de casa e onde entra come-se e bebe-se. Tive momentos agradáveis. Confesso que a viola acompanhada por boa comida e boa bebida ajudaram. Fiquei espantado com a alegria e felicidade daquela gente. Sabem viver. Apenas querem que não lhes falte o essencial. "Quem quis mais do que isso emigrou. Só ficamos cá nós". É certo que não podemos viver todos assim. Numa altura de crise e que as famílias começam a ter de reduzir despesas mudando até hábitos de vida, deixo este registo. Podemos ter de ser 1 daqueles 7 portugueses que são felizes mesmo vivendo em dificuldade.