terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ainda bem que ser Padre não é nada fácil

Não é nada fácil
Pedir fidelidade, pedir compromisso;
Saber exigir mas também saber dar (-se)!

Não é nada fácil…
Manter a serenidade nos dias de tempestade;
Permanecer sorrindo, chorando por dentro.
Não é nada fácil…
Actualizar o Evangelho e buscar caminhos novos;
Carregados pela tradição e por tantas regras.

Não é nada fácil…
Encontrar a resposta certa, para inquietações tão profundas!
Ter explicações... para aquilo que tantas vezes não tem…

Não é nada fácil…
Ser continuo exemplo, permanecendo próximo
Ansiar por ir mais sem desistir do presente.

Pois é… Ainda bem que ser Padre…. Não é nada... mesmo nada fácil!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Que comece o campeonato...

Adoro futebol, transpiro futebol. É um dos meus prazeres. Está quase a começar. Arranca este fim de semana mais um campeonato. Aquilo que desejo é que o que prevaleça não sejam as penalidades mal marcadas ou não assinaladas, as discussões de café mal digeridas, etc, etc. Que prevaleça a belexa do futebol que são os golos. Que o único objectivo sejam as balizaz a atacar ou a defender. Isto é que é essencial. Que impere a correcção.

Superar obstáculos e tempos difícieis

A fortaleza está muito ligada à vontade e ao desejo, ao desejo lúcido, não sentimental, nem ao apetite, o desejo de grandes coisas, o desejo de progredir, o desejo de crescer. Desejo neste sentido é quase sinónimo de vontade, porque a palavra desejo, no seu sentido mais profundo, é esta força interior, consciente e responsável, que me leva a realizar o que quero, a não me deixar vencer, a ser capaz de superar obstáculos e tempos difíceis.

ESCUTO

Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou Deus

Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo

Me decifra e fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco

Sophia de Mello Breyner Andersen

Sentimentos

Hoje é este o meu sentimento quando penso em alguns e algumas que nos caem de paraquedas nos cartórios paroquiais. Chega esta altura e querem tudo, mas nunca se dão.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Não peça eu nunca
para me ver livre das dificuldades,
mas coragem para vencê-las.

Não queira eu
que se apaguem as minhas dores,
mas que saiba dominá-las
no meu coração.

Não procure eu amigos
no campo da batalha da vida,
mas ter forças dentro de mim.

Não deseje eu ansiosamente
ser salvo,
mas ter esperança
para conquistar pacientemente
a minha liberdade.

Não seja eu tão cobarde, Senhor,
que deseje a tua misericórdia
no meu triunfo,
mas apertar a tua mão
no meu fracasso!

Tradução livre de Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"

Demontrar debilidades à espera de miminhos


A propósito da postagem "Que padres para este tempo" recebi um reparo de uma pessoa desconhecida. Esse reparo fez-me corrijir um erro nessa postagem. Foi um erro sem intenção de quem escreve aquilo que sente sem, muitas vezes, pensar no retrocesso. Já agradeci o reparo. No entanto nesse mesmo reparo há uma frase que me irritou quando diz que eu espero receber miminhos por demonstrar as minhas debilidades. Tive o cuidado de escrever pessoalmente para essa pessoa que se intitula "Bracara". Provavelmente como esconde quem é também tem tem medo ou receio de mostrar as suas debilidades. Eu não. E quem convive comigo diariamente sabe isso muito bem. Ñão tenho pena em ser débil, em muitas vezes ser fraco. Não tenho pena, porque sou humano e gosto de ser humano. Nunca foi nem será minha intenção fazer deste espaço uma busca de sucesso, de aplausos ou de miminhos. Nunca. Não sou carente a esse ponto. Tenho família e amigos que me mimam por aquilo que sou para eles e que são para mim. Não me mimam pelo que faço. E quem merece aplausos são os cristãos das nossas comunidades que trabalham e ajudam. Cristãos que a troco de muitas dores de cabeça e de muito tempo gasto tornam melhores as nossas comunidades. Esses é que merecem tudo. A esses é que eu tenho de mimar. Eu prefiro viver na sombra e cumprir os meus deveres.
Apenas resolvi deixar aqui esta partilha para o caso de haver mais alguém a pensar o mesmo que o ou a "Bracara".

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Padre... padre... padre...

Ouço vozes a chamar durante todo o dia! Agora neste mês de Agosto muito mais. Depois não sabem (ou não querem saber) que há lugares próprios em dias próprios a a horas marcadas para tratar de algum assunto.
Por vezes irrita-me. Até quando estou a tomar um simples café lá vem o “padre… padre… Hoje dei comigo a pensar… porra, mas é este o meu trabalho. Trabalho? Não. Mas sim Missão. É um ter de estar constantemente, um ouvido presente em qualquer momento ou ocasião... Quantas vezes me procuram não tanto para me ouvir, mas para falar. E não falo, apenas escuto. Sim, escutar... Nós padres temos a tendência de falar e esquecemo-nos de escutar. O mundo não precisa de palavras mas sim de quem escute! Eu gosto de falar, de dialogar, de reflectir os evangelhos. Julgo que todos gostamos de falar sobre aquilo que sabemos ou julgamos saber! Mas ser padre não é apenas falar. A nossa atitude é de escuta! Quando alguém vem ter comigo é porque já fez uma caminhada. Apenas quer então que escute, que perca uns tempos... E é uma correria esta nossa vida... Mas temos de parar, olhar e escutar, para que o mundo não passe por nós e o percamos porque não lhe prestámos atenção!

Que padres para este tempo?!

Deixou o sacerdócio e por estes dias, falavam-me dele assim:
“- Senhor padre eu nunca vi o seu colega em oração pessoal frente ao Santíssimo não me admira!”
Assustou-me esta constatação. Eu se calhar também paro poucas vezes em frente ao Santíssimo… Se calhar também entro demasiadas vezes nas Igrejas pela porta da sacristia e saio, pela mesma porta, mal retiro os paramentos.
Que padres para este tempo?!
É uma pergunta que me coloco constantemente.
Se calhar este tempo apesar de exigir “padres do rally paroquial sacramental não precisa assim tanto deles… se calhar precisa de padres que sejam verdadeiros mestres de oração.

Volta a Portugal erm bicicleta passa em Vila Verde

O concelho de Vila Verde recebe amanhã, quarta-feira 12 de Agosto, mais uma etapa (6ª etapa) da 71ª edição da Volta a Portugal em Bicicleta.

Poderão disfrutar a prova nos seguintes locais/horas:

Covas - 15:09
Ponte sobre o Rio Vade - 15:14
Portela do Vade - 15:17
Prado S. Miguel - 15:22
Pico de Regalados - 15:26
Gême - 15:28
Vila Verde - Rotunda em frente p/ Braga - 15:31
Soutelo - 15:36

Centro Cultural de Moure

Freguesia de Moure inaugura no próximo sábado o Centro Cultural que alberga as sedes da junta de freguesia, rancho folclórico, associação juvenil e escuteiros. Sala convívio e salão polivalente completam o espaço. Programa festivo integra a homenagem aos presidentes de junta que passaram pela freguesia.


O Centro Cultural que acolhe a sede da Junta de Moure é inaugurado no sábado, a partir das 15 horas, na Avenida Padre Mário, em pleno centro da freguesia.
A obra, que arrancou em meados de Junho de 2005, ficou pronta na semana passada, num investimento total que ultrapassou os 800 mil euros.
Depois da bênção e inauguração da obra, marcada para as 15.30 horas, seguem-se as actuações do Rancho Folclórico de S. Martinho de Moure e das danças de salão.

O programa festivo integra ainda “a homenagem a todos os presidentes de junta que passaram pela freguesia”, disse ao ‘Correio do Minho’ o autarca de Moure.
Na ocasião será também homenageado o “grande impulsionador desta obra - o eurodeputado José Manuel Fernande s”, salientou o edil.

O Centro Cultural que orgulha as gentes de Moure integra a sede da junta de freguesia, do rancho folclórico, da associação juvenil e dos escuteiros. Cada um será responsável pelo seu próprio espaço. Paralalamente, o equipamento apresenta uma sala de convívio para idosos, um salão polivalente com capacidade para 600 pessoas.

Para o efeito foi já constituída uma Comissão Cultural e Administrativa que irá gerir os espaços comuns. Com o apoio da câmara, cujo subsídio ultrapassou os 315 mil euros, a obra “já está paga”, garantiu o presidente da junta, lembrando que para poder suportar o restante valor - 500 mil euros - foi criada uma Comissão de Obra que, ao longo dos últimos quatro anos, dinamizou diversas actividades com o intuito de custear as despesas. A junta teve um peso importante na concretização desta obra.
“Neste momento temos tudo pronto”, garantiu o autarca José Sousa, agradecendo “a todos os que ajudaram a erguer este Centro Cultural, designadamente às empresas da freguesia e à população”.
In Correio do Minho

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

9º aniversário de sacerdócio





Os padres ordenados nas dioceses de Braga e Viana do Castelo no ano 2000 cumpriram, na quinta-feira, a segunda parte dos festejos que assinalavam nove anos de sacerdócio. Na semana passada organizaram o encontro os padres da cidade dos arcebispos, num parque radical, com direito a paintball, desta vez foram os do Alto Minho.

O ponto de encontro foi no Seminário de Viana do Castelo, casa que muitos dos membros deste grupo frequentaram enquanto jovens seminaristas. Pe-las 10.30 horas, missa no oratório presidida pelo padre Xavier Amado, com direito a homilia partilhada. Depois, e tal como das outras vezes, uns chutos na bola entre as equipas das duas dioceses. Pelos relatos vindos do grupo de sacerdotes, os de Braga levaram a melhor, como de costume.
Seguiu-se um almoço com direito a estadia na praia de Amorosa durante a tarde. Rumo à residência paroquial de Castelo de Neiva, em Viana, os sacerdotes prepararam o jantar. Sandro Vasconcelos, porta-voz do grupo, voltou a sublinhar a importância deste encontro. 'É sempre bom reunirmo-nos. Por vezes, não é possível juntar todo o grupo porque cada um tem o seu trabalho. Porém, conseguimos cultivar a ideia de que, uma vez por mês, o final de tarde e noite é para juntar os condiscípulos', refere.

Apesar de fazerem o seu trabalho pastoral em pontos das dioceses muito distintos, o jovem sacerdote explica que esse até pode ser um factor enriquecedor para o espírito do encontro. 'Cada um tem as suas histórias, algumas delas até engraçadas, outras nem por isso. Há sempre tema de conversa. A troca de experiências e partilha de materiais de apoio ajuda-nos no trabalho nas nossas comunidades', diz.

Deste grupo de padres ordenados nas dioceses de Braga e Via-na no ano 2000 fazem parte: Cláudio Belo, pároco de Vitorino de Piães, Navió e Poiares (Ponte de Lima); Xavier Amado, de Castelo de Neiva (Viana); António José, de S. João Baptista de Ponte da Barca, Lavradas, Bravães e Nogueira (Ponte da Barca); Carlos Castro: arciprestre de Vila Nova de Cer-veira e pároco das comunidades de Covas, Candemil, Mentrestido e Gondar; Sandro Vasconcelos, de Moure, Rio Mau e S. Mamede de Escariz (Vila Ver-de); Abel Braga, de S. Martinho de Sande e S. Lourenço de Sande (Guimarães); Victor No-gueira, de Cabanelas e S. Martinho de Escariz (V. Verde); Eugénio Dantas, de Campos, No- gueira, Cornes e Sapardos (Cerveira); Victor Rodrigo, padre em Riba d'Ave e Pedome (Vila Nova de Famalicão) e o sacerdote Rui Neiva, de Morreira, Trandeiras e Lamas (Braga).

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A propósito da postagem anterior

Porque não deixarem aqui as vossas brincadeiras de infância?

Brincadeiras da minha infância... onde estão agora?

É tempo de férias. Os emigrantes estão cá. As crianças tem mais tempo, pois não há escola. Mas... onde estão as crianças? Quando saio de casa bem olho para todo lado, mas não as vejo. Hoje dei comigo a fazer esta pergunta e vieram-me à memória as minhas brincadeiras de infância, passadas com o meu irmãos e os amigos da rua. Na nossa infância as crianças andavam na rua, viam-se na rua. As bicicletas rolavam, a bola saltava e ouvia-se golo. Ouviam-se os gritos: "foge...vem tirar-nos a bola". E vinham, porque não havia campos de futebol. O campo era no parque de estacionamento lá da rua aproveitando estar vazio com as pessoas a trabalhar. As balizas era as janelas das garagens ou das caves. De quando em vez lá havia um vidro partido. Mas respeitava-mos toda a gente e todos nos respeitavam. Os nossos pais assumiam as despeas e nós assumia-mos um miminho mais acelarado ou um castigo. Onde hoje é espaço comercial Feira Nova era um campo de milho e passava um riacho. Não faltavam as cabanas e as lutas de fisga de garampos, opondo rua contra rua. Das 8.30h até as 17.30h, interronpendo para o almoço, não faltavamos à chamada. Há noite, com os pais de cada um de nós à janela ou na varanda, lá andavamos nós. Recordo com saudade esse tempos. É interessante como encontravamos forma de ocupar o tempo. Quando chovia inventava-mos brincadeiras. Não havia Playstation, PSP e computador havia um K7 de um menino de uma família mais abastada. Ora... a chover... o que fazer? Ficar em casa? Sim, mas todos juntos: eu, o meu irmão, o Óscar, o Piscas e o cenoura. Vivía-mos todos num apartamento, por isso não seria fácil ocupar o tempo. Mas era. Que os meus pais me perdoem. Aqui estão as briancadeiras lá de casa:
- A mesa da sala era a mesa de ping-pong, com uma vassoura assente em 2 kilos de arroz de cada lado.
- a sanefa (dos cortinados) era o cesto de basquete. Com uma bola de ténis. Era cesto quando a bola passava entre o tecto e a sanefa e caía por trás da cortina.
- o corredor era comprido... dava para de porta a porta jogar aos remates 1 contra 1.
- Nesse tempo o chão dos quartos era de alcatifa (usava-se)... com giz desenhava círculos redondos que eram os buracos para jogar ao berlinda. Quando o berlinde parava dentro do círculo era considerado dentro. O mesmo se passava ao radicional jogo do triângulo. Também era desenhado.
- O nosso bowling era uns exércitos pequeninos que nos ofereciam com carros e tropas. Montava-mos os exército um de cada lado e com o berlinde procurava-mos derrubar o exército adversário
- A sala também servia de campo de futebol. Jogavamos todos contra todos, com uma cadeira em cada esquina a servir de baliza.
Apenas coloco aqui estas brincadeiras porque acho que é interessante a forma como crianças da cidade, dentro dum apartamento inventavam as suas brincadeiras.
Mas o que me levou, hoje a lembrar disto, foi que agora não se vêem as crianças. Divertem-se sozinhas diante dum televisor ou computador. E se estão a perder desligam e começam de novo. Não aprendem a perder. Há tantos direitos que se costuma dizer que as crianças tem. Nesses direitos devia constar que as crianças tem direito a sujar-se; tem direito a partir, pelo menos uma vez na vida, um vidro a jogar futebol; tem direito a chegar esmorrado a casa de ter caído; de andar "à porrada" pelo menos uma vez; de fugir a alguém que quer tirar a bola; de tocar numa campaínha e fugir, pelo menos uma vez na vida; de jogar às prendinhas ou ao bate o pé; de partir qualquer coisa lá em casa com uma bola; de fazer casinhas para brincar às bonecas ou às famílias, de pegar com o irmão e dizer que foi ele etc, etc. Como repararam quando falo de asneiras digo pelo menos uma vez na vida. Eu talvez tenha feito mais do que uma vez. Por favor... deixem as crianças viver a sua infância. Hoje são crianças forçosamente adultas. Façam-nas sair de casa. Deixai que os velhinhos as vejam a brincar lá fora. Para lá dos livros, da Tv, da internet, das consolas há divertimento.
Recordo a minha infância com muita alegria.

Obrigado

Olá a todos. Obrigado pela espera e pelos incentivos que recebi, quer por email, quer pessoalmente, para continuar a "blogar". Nem imaginam como é bom dizerem-me que já sentem saudades e falta das minhas partilhas. Digo isto não por orgulho ou vaidade, mas por sentir que o que tenho partilhado tem sido aproveitado por alguns.