segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Recordar é viver


foto tirada da torre da Igreja quando caiu o telhado do Salão Paroquial e que me foi enviada pelo Padre Sérgio

A semana passada fui presidir a um funeral de um vizinho, o Sr Brás. Como é meu costume chego sempre cedo a tudo. Faltava 1/2 hora e os meus Párocos (sim no plural porque tenho mesmo dois) foram-se mostrar o salão Paroquial, que está em obras, bem como os espaços exteriores. Já não ia a este espaço há muitos e muitos anos. Ao começar a subir as escadas que dá entrada para o espaço pensei: “Quanto tempo...”
Tudo estava diferente, como se compreende. No entanto aqueles tempos passados vieram à minha memória... o lugar onde me sentava, as catequistas, os meus colegas... tudo era simples e muito diferente dos tempos actuais.
Além das paredes, do palco e da rede que tapava um ringue, hoje desactivado, pouco mais me era familiar.
Olho aquelas páginas da minha vida e penso de como são diferente das páginas dos miúdos de agora. Era sempre com alegria que estávamos na catequese. Não só aprendíamos como nos divertíamos.
Se gostávamos da catequese, gostávamos igualmente do tempo anterior e seguinte. As correrias com os nosso amigos e depois para casa, com a mochila às costas pela rua D. Pedro V fora.

Tempos que deixam muitas saudades, certamente os melhores que já vivi. Em tudo encontrávamos pretexto para parar e brincar um pouco...!
Chegado a casa, pensei nos miúdos de hoje e senti que se fosse miúdo de novo não saberia como viver. Os espaços onde “havia vida” onde se ouvia o riso dos miúdos, as correrias, toda a sua alegria... já não existem. Onde irira jogar à bola se o parque de estacionamento junto a minha casa está sempre cheio de carros? Onde iriamos brincar às cabanas se o campo e o riacho estão cobertos pelo Braga Parque e Pingo Doce? Como iria de boleia para Prado andar de canoa se hoje é um perigo andar de boleia com desconhecidos. Eu seu que naquele tempo também, mas era criança.

Decididamente não sei se conseguiria ser miúdo de novo, não sei se quereria... Nada seria como antes!
Foi bom e é bom recordar!

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