terça-feira, 19 de abril de 2011

Não ser normal, mas ser verdadeiro...

Aqui há tempos, numa reunião do Clero (de padres) foi suscitado um debate aceso acerca dos divorciados não poderem comungar. Fui dizendo que a Igreja não pode julgar se as pessoas estão preparadas para comungar ou não, simplesmente pela sua situação. Defendi que pode haver divorciados, recasados, que comungam melhor e mais dignamente do que muitos casados pela Igreja. O pior veio depois... disse que até podem comungar melhor que que muitos de nós, padres. Levei logo com um:

- "fala por ti".

- "Pronto... falo por mim"- respondi.

Isto já foi há uns meses, mas apareceu-me ontem um paroquiano de uma Comunidade da qual não sou Pároco a pedir para que, em Julho, o deixasse fazer o crisma. Disse-lhe, logicamente, que não, pois não tem a Catequese e que o crisma arciprestal é para quem completa o 10º ano de Catequese. O mais engraçado é que foi o seu Pároco que o mandou vir ter comigo com a justificação que eu deixo tudo. Isto é mentira. E só fez por causa do episódio passado.

Ainda continuo a ser censurado e a culpa foi minha por não ter sido normal, mas ter sido verdadeiro.

3 comentários:

  1. Não resisti a transcrever

    “Pergunta-se se as pessoas vão ou não fazer o curso, se têm ou não crisma – acho isso horroroso”, diz o teologo ]Bento Domingues], para quem “a primeira das primeiras exigências nas paróquias é ter gente que ajude as pessoas a caminhar”.
    “Parte-se de um catecismo e de um direito canónico” e “cumpre-se o ritual como se se tratassem de pessoas convertidas”, quando o que “elas precisavam era de serem ouvidas”, refere o religioso dominicano.
    Depois de defender que um cartório paroquial constitui “um lugar de encontro e não um espaço para se dizer ‘tome lá e preencha a ficha’”, Bento Domingues lamenta que as ocasiões em que não católicos recorrem à Igreja estejam a ser “muito desprezadas”.
    “Compreendo que é preciso obstar ao vale tudo. O que não posso admitir é que a norma não tenha a finalidade, que é a de ajudar as pessoas a caminhar e a serem bem recebidas, porque num diálogo a primeira exigência é sentir-se acolhido”

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  2. deixe falar é com padres cu mo você que a igreja vai continuar a acolher novos fieis os divorciados são cada vez mais infelizmente em certos sítios metade dos casamentos acabam em divórcios e que fazer???

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  3. Senhor Padre,
    vale sempre a pena ser verdadeiro.A diferença é mostrada e provada por comportamentos semelhantes ao seu.
    Paga-se um preço alto por se ir contra a corrente...mas é bom acreditar que existem pessoas com pureza de coração. Obrigada

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