Com o rito da imposição das Cinzas, iniciamos hoje o tempo sagrado da QUARESMA. A Quarta-feira de Cinzas é a porta de entrada da Quaresma. Com a imposição das cinzas começa, oficial e solenemente, o tempo de preparação para a Páscoa. Entramos neste tempo especial onde nos deveremos sentir, de forma mais séria, comprometidos com o programa que Jesus nos propõe: a oração, a esmola e o jejum. Iniciar o tempo da Quaresma é procurar colocar os nossos olhos e o nosso coração sintonizados na Páscoa, na certeza da ressurreição de Cristo.
1- Quarta-feira de Cinzas. Qual o sentido, qual o significado deste dia?Este costume de colocar a cinza tem já, na igreja muitos séculos. Entre os séculos IVº e Xº havia mesmo um rigor muito grande no que dizia respeito aos que eram considerados pecadores públicos. Estes eram excluídos de participar na celebração eucarística. Além de estarem excluídos das celebrações litúrgicas ainda tinham de vestir uma túnica de cor escura e colocar cinzas na cabeça. Tinham de manter-se afastados de toda a vida da comunidade eclesial – eram marginalizados totalmente sendo que só voltavam à comunidade cristã depois de reconciliados, depois da vigília pascal. Hoje este sentido original da imposição das cinzas estendeu-se a todos os cristãos como sinal de entrada na Quaresma e preparação para a Páscoa. Tem um sentido autenticamente penitencial que se deverá expressar na prática concreta de algumas virtudes: aceitar receber as cinzas é um gesto pessoal de humildade mas também deverá ser um esforço por procurar crescer na oração, na simplicidade de vida, no espírito de pobreza e desapego, na moderação no viver, no comer e no beber, no cuidado com as palavras, na disponibilidade de tempo para os outros, e outras virtudes penitenciais.A cinza é hoje colocada sobre a testa ou cabeça do cristão como gesto de humildade, arrependimento, reconhecimento dos próprios erros e, ao mesmo tempo, de muita confiança em Deus. A testa/a cabeça aponta para o mental, o pensamento: convida a reflectir, analisar, avaliar, examinar a consciência, as atitudes de vida e durante esta Quaresma tudo fazer para CRESCER interiormente.
2- Iniciamos hoje o tempo favorável para a conversão. A Igreja propõem-nos 40 dias de preparação, intensa e profunda, para a celebração festiva da Páscoa da Ressurreição.A Páscoa é a festa central da fé cristã, daí que, seja fundamental uma preparação cuidada, atenta e efectivada em gestos concretos.A Bíblia usa com frequência o período de 40 dias (ou 40 anos) para indicar períodos especiais, que preparam os acontecimentos futuros:- O Povo caminha 40 anos no deserto, antes de entrar na Terra Prometida. Foi uma experiência de Purificação dos falsos deuses, de compreensão profunda dos mandamentos (Aliança) e de solidariedade no deserto...- Elias caminha 40 dias e 40 noites até o Monte sagrado de Oreb;- O Dilúvio: 40 dias para purificar a humanidade corrompida;- Moisés: 40 dias no Sinai antes de receber a Lei...- Jesus: 40 dias no deserto antes de iniciar a vida pública...
3- Quaresma é para nós um tempo forte de conversão e renovação preparando a maior festa - a Páscoa.Os textos sagrados que proclamámos repetem de forma exaustiva e insistente este apelo à conversão que vai marcar determinantemente toda a Quaresma. A Liturgia desde dia aponta-nos o espírito que deve animar todo este tempo quaresmal:Na 1a Leitura, o profeta Joel convoca o povo de Israel em assembleia e de forma veemente o exorta à conversão:"Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes". O Profeta estava convencido que a causa da situação difícil que o povo estava a viver se devia ao esquecimento de Deus e ao descuido da Aliança. O profeta pede autenticidade no amor a Deus.O Salmo 50 que proclamámos é um também ele este apelo forte à penitência: “Pequei, Senhor, misericórdia" – a primeira atitude é reconhecer que erramos muito necessitamos constantemente da graça e do perdão divino.Na 2a Leitura, São Paulo fala aos Coríntios e hoje a nós desafiando-nos: "Reconciliai-vos com Deus... Eis (agora) o tempo favorável." No Evangelho Jesus apresenta três práticas religiosas dos judeus (a esmola, a oração e o Jejum), que devem ser realizadas com autenticidade, sem exibicionismo...
4- São os três caminhos quaresmais apontados pela Igreja:- A Oração deve-nos levar a uma experiência pessoal com Deus… a um conhecimento/união com/a Deus.A oração que este tempo nos sugere vai além das simples fórmulas tão comuns: a oração que somos convidados a conhecer e a praticar é a oração do cego e a do publicano: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”. “Ó meu Deus, tem piedade de mim, pecador!”. É uma Oração de súplica e de arrependimento. É uma Oração de quem se reconhece pecador. Trata-se da oração do coração, que busca, através dela, a profunda e intima união com Deus.- O Jejum deverá levar-nos a um gesto concreto de conversão: privar-se de algo para uma liberdade interior maior. O jejum também vai muito além de abstenção de alimentos. O Profeta Joel acusa-nos dizendo que reduzimos a exigência divina a um simples formalismo exterior: “Rasgai vossos corações e não vossas vestes”. Que valor tem deixar de comer carne, para substituí-la por um prato de bacalhau que custa muito mais caro?! Joel fala de um jejum que apela para uma conversão profunda. Entender jejuar como criar um espaço, um vazio em nós para que a graça de Deus nos refaça e nos preencha. - A Esmola deve levar-nos a doar-nos aos irmãos, no serviço fraterno, em gesto de solidariedade e de partilha – Renúncia quaresmal. A esmola não se reduz à oferta de dinheiro, alimentos, roupas ou outros objectos que não precisamos: “Misericórdia eu quero e não vossos sacrifícios”. Deus espera que tiremos algo de nós mesmos para lhe oferecer. A oferta exterior precisa simbolizar e significar essa doação interior: tiramos algo de nós, um pedaço mesmo, para oferecer a Deus. Que esta Quaresma seja um tempo favorável de conversão. Que todos consigamos fazer um esforço sério, diário e permanente para superar o egoísmo, os vícios, o ódio, a indiferença pelos irmãos, crescendo no amor, na dedicação, na doação de nossa vida. É um trabalho perseverante para vencer as injustiças, o sistema de vida baseado na ganância, no luxo, na violência, no consumismo, no aumento do capital a qualquer custo. É positivamente unir-se a outras pessoas e grupos para construir uma sociedade segundo o Coração de Deus: uma sociedade justa e fraterna, baseada na partilha, na solidariedade, no respeito a cada ser humano, no amor sem exclusão e preconceito.
5- Que compromisso vamos fazer para esta Quaresma?!Eu já fiz os meus… e tu!?
1- Quarta-feira de Cinzas. Qual o sentido, qual o significado deste dia?Este costume de colocar a cinza tem já, na igreja muitos séculos. Entre os séculos IVº e Xº havia mesmo um rigor muito grande no que dizia respeito aos que eram considerados pecadores públicos. Estes eram excluídos de participar na celebração eucarística. Além de estarem excluídos das celebrações litúrgicas ainda tinham de vestir uma túnica de cor escura e colocar cinzas na cabeça. Tinham de manter-se afastados de toda a vida da comunidade eclesial – eram marginalizados totalmente sendo que só voltavam à comunidade cristã depois de reconciliados, depois da vigília pascal. Hoje este sentido original da imposição das cinzas estendeu-se a todos os cristãos como sinal de entrada na Quaresma e preparação para a Páscoa. Tem um sentido autenticamente penitencial que se deverá expressar na prática concreta de algumas virtudes: aceitar receber as cinzas é um gesto pessoal de humildade mas também deverá ser um esforço por procurar crescer na oração, na simplicidade de vida, no espírito de pobreza e desapego, na moderação no viver, no comer e no beber, no cuidado com as palavras, na disponibilidade de tempo para os outros, e outras virtudes penitenciais.A cinza é hoje colocada sobre a testa ou cabeça do cristão como gesto de humildade, arrependimento, reconhecimento dos próprios erros e, ao mesmo tempo, de muita confiança em Deus. A testa/a cabeça aponta para o mental, o pensamento: convida a reflectir, analisar, avaliar, examinar a consciência, as atitudes de vida e durante esta Quaresma tudo fazer para CRESCER interiormente.
2- Iniciamos hoje o tempo favorável para a conversão. A Igreja propõem-nos 40 dias de preparação, intensa e profunda, para a celebração festiva da Páscoa da Ressurreição.A Páscoa é a festa central da fé cristã, daí que, seja fundamental uma preparação cuidada, atenta e efectivada em gestos concretos.A Bíblia usa com frequência o período de 40 dias (ou 40 anos) para indicar períodos especiais, que preparam os acontecimentos futuros:- O Povo caminha 40 anos no deserto, antes de entrar na Terra Prometida. Foi uma experiência de Purificação dos falsos deuses, de compreensão profunda dos mandamentos (Aliança) e de solidariedade no deserto...- Elias caminha 40 dias e 40 noites até o Monte sagrado de Oreb;- O Dilúvio: 40 dias para purificar a humanidade corrompida;- Moisés: 40 dias no Sinai antes de receber a Lei...- Jesus: 40 dias no deserto antes de iniciar a vida pública...
3- Quaresma é para nós um tempo forte de conversão e renovação preparando a maior festa - a Páscoa.Os textos sagrados que proclamámos repetem de forma exaustiva e insistente este apelo à conversão que vai marcar determinantemente toda a Quaresma. A Liturgia desde dia aponta-nos o espírito que deve animar todo este tempo quaresmal:Na 1a Leitura, o profeta Joel convoca o povo de Israel em assembleia e de forma veemente o exorta à conversão:"Rasgai os vossos corações, não as vossas vestes". O Profeta estava convencido que a causa da situação difícil que o povo estava a viver se devia ao esquecimento de Deus e ao descuido da Aliança. O profeta pede autenticidade no amor a Deus.O Salmo 50 que proclamámos é um também ele este apelo forte à penitência: “Pequei, Senhor, misericórdia" – a primeira atitude é reconhecer que erramos muito necessitamos constantemente da graça e do perdão divino.Na 2a Leitura, São Paulo fala aos Coríntios e hoje a nós desafiando-nos: "Reconciliai-vos com Deus... Eis (agora) o tempo favorável." No Evangelho Jesus apresenta três práticas religiosas dos judeus (a esmola, a oração e o Jejum), que devem ser realizadas com autenticidade, sem exibicionismo...
4- São os três caminhos quaresmais apontados pela Igreja:- A Oração deve-nos levar a uma experiência pessoal com Deus… a um conhecimento/união com/a Deus.A oração que este tempo nos sugere vai além das simples fórmulas tão comuns: a oração que somos convidados a conhecer e a praticar é a oração do cego e a do publicano: “Jesus, Filho de Davi, tem piedade de mim!”. “Ó meu Deus, tem piedade de mim, pecador!”. É uma Oração de súplica e de arrependimento. É uma Oração de quem se reconhece pecador. Trata-se da oração do coração, que busca, através dela, a profunda e intima união com Deus.- O Jejum deverá levar-nos a um gesto concreto de conversão: privar-se de algo para uma liberdade interior maior. O jejum também vai muito além de abstenção de alimentos. O Profeta Joel acusa-nos dizendo que reduzimos a exigência divina a um simples formalismo exterior: “Rasgai vossos corações e não vossas vestes”. Que valor tem deixar de comer carne, para substituí-la por um prato de bacalhau que custa muito mais caro?! Joel fala de um jejum que apela para uma conversão profunda. Entender jejuar como criar um espaço, um vazio em nós para que a graça de Deus nos refaça e nos preencha. - A Esmola deve levar-nos a doar-nos aos irmãos, no serviço fraterno, em gesto de solidariedade e de partilha – Renúncia quaresmal. A esmola não se reduz à oferta de dinheiro, alimentos, roupas ou outros objectos que não precisamos: “Misericórdia eu quero e não vossos sacrifícios”. Deus espera que tiremos algo de nós mesmos para lhe oferecer. A oferta exterior precisa simbolizar e significar essa doação interior: tiramos algo de nós, um pedaço mesmo, para oferecer a Deus. Que esta Quaresma seja um tempo favorável de conversão. Que todos consigamos fazer um esforço sério, diário e permanente para superar o egoísmo, os vícios, o ódio, a indiferença pelos irmãos, crescendo no amor, na dedicação, na doação de nossa vida. É um trabalho perseverante para vencer as injustiças, o sistema de vida baseado na ganância, no luxo, na violência, no consumismo, no aumento do capital a qualquer custo. É positivamente unir-se a outras pessoas e grupos para construir uma sociedade segundo o Coração de Deus: uma sociedade justa e fraterna, baseada na partilha, na solidariedade, no respeito a cada ser humano, no amor sem exclusão e preconceito.
5- Que compromisso vamos fazer para esta Quaresma?!Eu já fiz os meus… e tu!?
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