Acabo de ouviur na Rádio Club Portugal que às 17.00h se estreia, hoje, um novo comentador político de seu nome Edgar (não me recordo agora do outro nome). Até aqui nada de novo. Mas ao anunciar esta estreia fizeram-no não lhe chamando Edgar, mas Padre Edgar. É verdade, às 17.00h quem ouvir a RCP vai ouvir o Padre Edgar falar da actualidade política, nomeadamente sobre os 13 candidatos às Europeias. Isto é espantoso. E mais... vai ser todas as quartas-feiras. Não é que me espante o Padres interessarem-se por política. Eu gosto de política. E há Padres que percebem de política. Não dessa política de bandeirinha na mão ou de subir ao palco ou palanque aquando de um comício. Também reconheço que há Padres que sabem de política e entram com relativa facilidade numa conversa política. Mas acho, e isto é uma opinião, que num meio de comunicação social de política devem falar os expert's da área. Há muita gente com esta particularidade. Porquê um programa de política ter um Padre como único comentador. Eu acho que já temos tanta "coisa" com que nos preocuparmos. Há matérias que nós devíamos intervir e não intervimos por comodismo ou porque não nos dão importância. Há outras que acho que nem devímos meter sequer a ponta do nariz, mas nem sequer a pontinha. Por este andar vamos um dia ter aulas de teologia leccionadas por ministros ou as homilias ser feitas pelo Presidente da Junta lá do sítio. A política e a religião devem-se abraçar, mas nunca misturar. Só assim caminharão lado a lado sem nunca tropeçar. Se há misturas há tropeços e atropelamentos. E as misturas embebedam. E aí passa-se a não saber o que fazer ou dizer. E conheço Comunidades em que ninguém se respeita, ninguém se entende diz-se o que apetece, porque se deixaram embebedar fruto das misturas entre política e religião. E sou Pároco de uma Comunidade que, quando lá cheguei, tive de ser eu e as pessoas da Comunidade, e respectivas autoridades, a curar a bebedeira. Agora está tudo mais sóbrio.
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