terça-feira, 10 de novembro de 2009

Música Profana ou Sagrada?

Ganhei um grupo de novos amigos, em que temos um objectivo comum, o que faz com que nos encontremos todos os dias durante a tarde. Foi uma surpresa haver um Padre entre eles. Aproveitam a oportunidade para satisfazer curiosidades, dúvidas e até desabafos. De entre os desabafos já mencionaram várias vezes o entrave, em algumas Igrejas, às violas e músicas jovens. Lembrei-me a este propósito de dizer o seguinte:
Alguns tendem a categorizar determinadas coisas como sagradas. Apenas aquilo que é sagrado pode fazer parte da vida da igreja. Tudo o que não é sagrado é automaticamente profano, claro. Por exemplo. O futebol é sagrado? Claro que não, logo, é profano. Logo, o crente em Cristo não deve jogar futebol. E assim vão-se separando coisas da vida da igreja. Existe música sagrada, e música profana, e claro que apenas devemos ouvir música sagrada. São criadas regras para identificar o que se pode ou não ver ou ouvir. Regras que criam separação. Regras que transformam de tal modo a igreja, que passado algum tempo já ninguém se identifica com a igreja, apenas aqueles que criaram as regras. As coisas em si não são sagradas ou profanas. Uma faca em si mesma não é sagrada ou profana. Um determinado estilo de música não é sagrado ou profano. O uso que fazemos dessas coisas é que são para edificação ou não. Uma faca pode ser usada para matar, ou para cortar alimentos. A música pode ser criada para gerar efeitos negativos ou positivos. Em vez de regras sem sentido, precisamos olhar para as atitudes, e aceitar que a demonstração de fé de uma pessoa pode usar um estilo de música que nós não gostamos. Desde que Deus esteja a ser glorificado em tudo o que fazemos, então está tudo bem.

3 comentários:

  1. Concordo plenamente padre. Eu pessoalmente, gosto
    muito mais de assitir à missa acompanhada. por instrumentos ditos profanos do que só com o velhinho órgão, eu acho que a igreja deve inovar
    Isso atrai as pessoas fá-las sentirem-se alegres,
    especialmente os jovens cativa-os mais, E depois um santo triste, é um triste santo.
    Um abraço
    Maria

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  2. Não concordo plenamente. Em toda a parte e lugar há formas diferentes de estar. Ou seja: não falo da mesma maneira com o meu Director,com o funcionário de uma repartição pública, ou com um amigo. Nada tem a ver com o respeito ou dignidade de cada um. Não visto da mesma maneira para um baile de gala, para ir para o trabalho ou para a praia,nem para a igreja e não é pelo respeito que qualquer dos lugares me merece. Não há, estou de acordo maus ou bons instrumentos, instrumentos que tenham lugar num local e não noutro,mas há música(s), e refiro-me principalmente a algumas letras de cânticos que preenchem essas músicas, que estarão melhor num encontro de jovens, numa caminhada,numa qualquer festa de carácter cristão, numa celebração para crianças, do que própriamente numa celebração dominical que congregue toda a paróquia. A música está ao serviço da oração e deve ser momento alto de louvor e prece. Contudo, e se o ritmo for demasiado "batido" corre-se o risco, principalmente para os mais jovens, de que não passe de um momento de marcar compasso com o corpo e o pé, longe da mensagem que transmite. Em tudo e para tudo o bom-senso e o equilíbrio deveriam imperar. Assim,tal como não se devem ostracizar os outros instrumentos, também não se deve ignorar(como acontece por vezes)que existe um órgão. Deveria haver preocupação e algum sentido crítico para que as letras dos cânticos fossem apropriadas e com sentido para o tipo de celebração (que pode ser apenas da palavra)a que se adequa. Não perder o sentido do que deve e não deve tocar-se (cantar-se) em determinadas ocasiões ou locais, seria um trabalho interessante a fazer com os grupos corais que teria de reflectir sobre o que diz e toca, não sendo meros reprodutores de músicas que ouviram e gostaram, sem grande critério de escolha.
    O que penso e o que digo aqui, pode ou não reflectir a prática da paróquia onde me insiro, mas é o que por aqui e ali vou vendo e ouvindo.

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  3. Armandina,
    vamos lá se me faço entender: minha querida, eu ainda sou do tempo da missa em latim, com canticos em latim pré Vaticano II. Naturalmente não me choca nada as guitarras ou as violas que acompanham os cânticoa juntos com o órgão. Por acaso na minha paróquia por vezes usam bateria.
    Não só os jovens que gostam mais, as pessoas mais velhas também. Comparativamente, como se veste um vestido, condizente com a a ocasião, assim também os instrumentais têm a ver com as respectivas cebrações. Neste caso estamos a falar apenas da celebração eucarística. Já nos basta o peso da tradição. Quanto ao falar com o director de uma maneira e com o funcionário de outra ou com uma amiga, o que muda são os títulos ou o à vontade, porque o respeito deve ser igual para todos. Assim também os cânticos acompanhados pelos instrumentais, não significa que as pessoas tenham menos respeito, ou fiquem distraídas e daí o acto líturgico não ter o efeito devido. Eu vivi alguns anos em Africa e aí a minha amiga veria o que é a alegria de uma a celebração.E como eles são simples, e pouco letrados, mas a fé essa...
    Maria














    e

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